Hoje vou falar um pouquinho de um grande vilão que está escondido em muitos alimentos sem percebermos. O problema é que no final do dia e depois ao longo dos anos, começamos a sentir os malefícios desse consumo desordenado e desenfreado de açúcar como ganho de peso, diabetes e outras complicações.
O açúcar refinado faz parte do dia a dia das pessoas, especialmente do brasileiro que gosta muito de sentir o doce nas bebidas e nos alimentos. O que poucos sabem é que esse alimento passou a fazer parte da dieta humana há menos de 500 anos, quando o homem conseguiu extraí-lo da natureza. E o pior: que seu uso traz muito malefícios para a saúde.
É possível relacionar a universalização do consumo do açúcar com o aumento na incidência de doenças comuns atualmente, como câncer, obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares.
Hoje sabe-se que o consumo por pessoa varia a mais ou menos 50 kg de açúcar anual.
Isso mesmo: 50 Kg ou seja 50 pacotinhos de açúcar de 1 kg.
E sabe quais são as maiores fontes de açúcar? Refrigerantes, bolachas e sucos de caixinha.
600 ml de Coca-cola = 16 sachês de açúcar (5g)
Está comprovado que o corpo humano é dependente de gorduras, proteínas, carboidratos, vitaminas e sais minerais, mas não precisa de um miligrama sequer de açúcar. A glicose que o cérebro precisa diariamente provem do açúcar já presente nos alimentos, fontes de carboidratos e não é prejudicial ao organismo. O grande problema está no consumo do açúcar refinado.
Para ficar mais branco e soltinho, o açúcar extraído da natureza é submetido ao refino, que utiliza inúmeros produtos químicos. Nesse processo, as fibras, os sais minerais, proteínas e demais nutrientes são eliminados, resultando em um produto químico cheio de calorias vazias. O consumo do açúcar refinado ainda produz um estado de superacidez que desmineraliza o nosso organismo, levando à carência de cálcio, magnésio, zinco, cobre e selênio.
Apesar de prejudicial, é fácil tornar-se escravo do açúcar, pois sua absorção é muito rápida e, ao chegar ao cérebro, tem ação tranquilizante por meio da liberação do triptofano, que se converte em serotonina. Percebemos que o consumo do açúcar é cada vez maior, aumentando nossa dependência, pois ele está presente em uma série de alimentos que comemos diariamente como: bolachas, pães, tortas, bebidas, sucos de caixinha, ketchup, molhos de tomate e produtos industrializados (ex: lasanha). A oferta ilimitada desses alimentos baratos e de alta concentração energética aliada ao sedentarismo acaba resultando em uma população cada vez mais obesa e doente.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que a ingestão do açúcar refinado não ultrapasse 10% da energia total da dieta, mas o nosso consumo com certeza ultrapassa esse percentual.
Hoje em dia vejo muitas pessoas e pacientes substituirem o açúcar refinado comum por açúcar mascavo ou demerara na alimentação. Pode ser uma boa opção já que não sofreram processo de branqueamento e refinamento igual ao refinado (sendo fonte maior de vitaminas e minerais) mas mantém as mesmas fontes energéticas que o açúcar comum.
Dessa forma, o consumo do açúcar refinado ou de outros como demerara ou mesmo mascavo devem ser controlados, pois também são substâncias altamente energéticas.
O ideal é procurar evitar qualquer adição de açúcar em preparações como sucos e chás. E procurar colocar uma quantidade mínima em preparações que são necessárias como bolos ou tortas doces, procurando privilegiar o mascavo ou demerara.
Entenda:
Açúcar
demerara: É obtido
por um leve processo de purificação do açúcar da cana. Sua coloração é mais
escura porque não sofre processo de branqueamentoe portanto não apresenta em
sua composição aditivos químicos. Apresenta valores nutricionais similares ao
açúcar mascavo.
Açúcar
mascavo: É feito do caldo de cana recém extraído. Não passa pelo processo
de branqueamento, o que torna desnecessário o uso de aditivos químicos.
Apresenta maior quantidade de minerais como de cálcio, magnésio, fósforo e
potássio e fibras. Mantém
praticamente o mesmo teor calórico que o açúcar refinado.